29 de abril de 2012

Caráter Superficial da Observação Psicológica


Parece tão "bonitinho", tão "fofinho" quando se vê o vídeo. Só que a realidade é outra! Toda pessoa que conhece um pouco de psicologia e seus testes, sabe que nenhum teste é isento de influência externa, que nenhum teste é 100% puro ou 0% condicionado pela reação que é esperada de nós. Nenhum teste chega a reproduzir em 100% as condições naturais da vida como se aqueles ao qual participam do teste fossem pessoas na rua que não sabem que se aqueles ao qual participam do teste fossem pessoas na rua que não sabem que estão sendo olhadas. Não falei nem testadas, mas olhadas! Esses testes são tão deturpados de uma maneira tal que pretende fazer-nos crer em sua verdade! Em geral na história bela, fantasiosa, de contos de fada e utópica. No caso acima, o vídeo quer passar a imagem de que as crianças dividiram por vontade própria, no caso todas as 20 crianças que participaram do teste sem saber do que se tratava. Porém, a reação delas está condicionada pelas pessoas que entram na sala e dão instruções, exatamente pela influência delas que saem das salas - para numa tentativa vã e ingênua de não condicionar a reação dos testados e de tentar reproduzir 100% uma condição ambiente - que as crianças dividem a comida. A reação não mais se torna natural, mas sim influênciada pelo meio externo, mesmo que não tendo sido dito para dividir a comida.

Quem nunca viu vídeos na internet de crianças egoístas que não dividem os brinquedos? Quem nunca teve um irmão, um sobrinho ou um irmãozinho de um amigo seu que não dividia os brinquedos com seus colegas? Parem de serem tão idealistas e comecem a enxergar a realidade. Existem as crianças egoístas tanto quanto existem as não-egoístas!

Maldito mundo moderno em que virou "modinha" ser ambientalista, defensor dos direitos dos animais (a qualquer custo), socialista contra um capitalismo "brutal", "avassalador", "injusto", "cruel" e "desumano", e essas babaquices todas, que em sua maioria são ideias retrógradas! Vivemos de um passado e não avançamos para algo novo que ultrapasse tanto isso quanto o seu contrário.

26 de abril de 2012

Dia Nacional do Historiador

Em dezembro de 2009, os historiadores passaram a ter o seu próprio dia: a data será sempre no dia 19 de agosto, em homenagem a Joaquim Nabuco, diplomata, político e historiador, que nasceu em 19/08/1849. Nabuco também foi um grande opositor da escravidão e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL).

"LEI Nº 12.130, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009
 
Institui o Dia Nacional do Historiador, a ser celebrado anualmente no dia 19 de agosto.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1 É instituído o Dia Nacional do Historiador, a ser celebrado anualmente no dia 19 de agosto.

Art. 2 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de dezembro de 2009; 188º da Independência e 121º da República.

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA
João Luiz Silva Ferreira"

25 de abril de 2012

HNK Hajduk Split


Para começar essa nova era desse blog com um novo nome e novo propósito, porque não começar falando sobre a influência do futebol na política? Falaremos hoje sobre um clube desconhecido para a maioria, mas que para os amantes do futebol internacional é um velho conhecido. Trata-se do clube HNK Hajduk Split.

O HNK Hajduk Split é um time de futebol da cidade de Split, no centro da Croácia. O HNK Hajduk Split é um dos dois clubes mais populares de toda a Croácia. O Hadjuk Split é conhecido pelos seus fãs como "Bilis" (Os Brancos) e "Majstori's mora" (Mestres do Mar). Foi um dos mais importantes times da antiga República Iugoslávia, tendo ganho 9 títulos da YFL (Yugoslav First League), torneio mais tradicional daquele país, que ocorreu de 1923 a 1992. A antiga República Socialista Federativa da Iugoslávia (1963), derivada do antigo Reino da Iugoslávia, englobava países como: Sérvia, Kosovo, Croácia, Montenegro, Macedônia, Bósnia e Herzegovina, Eslovênia. O processo de desintegração da união ocorreu a partir de 1991, que sofreu interferências na sua política por parte dos países ocidentais, nas questões que envolveram as guerras naquela região.

O Hajduk Split foi fundado no U Fleku, por um grupo de estudantes na cidade de Split (Croácia): Fabijan Kaliterna, Lucijan Stella, Ivan Sakic and Vjekoslav Ivanisevic, que tiveram a idéia da criação de um time de futebol, após presenciarem uma partida entre o AC Sparta e o SK Slava. O local de fundação foi um pub localizado na cidade de Praga, na atual República Tcheca. O U Fleku foi criado em 1499, um boteco de gala com mais de 500 anos de idade. A fundação foi registrada junto às autoridades no dia 13 de fevereiro de 1911. O nome "Hajduk", vem dos "haiduques", termo muito comum para se referir aos bandidos, foras-da-lei, bandoleiros, e gente que luta pela liberdade, na região do Leste Europeu. Veio especialmente quando da romantização do termo, na luta daqueles povos contra os otomanos. Na sequência, os fundadores já criaram um símbolo para o clube, que já estava sendo distribuído por um grupo de católicos de um monastério.

O Hajduk Split ganhou a admiração e se transformou num clube "Pró-Croácia" por moradores da cidade de Split, inclusive sendo chamado de "O Clube Croata", e por ter a bandeira daquele país em sua marca. E aqui vemos a primeira atuação do Hajduk Split no campo político: Ainda nos anos 10, o clube era contra o governo Austro-Húngaro, que não permitia a unificação das províncias croatas, mantendo-as separadas (O Governo Austro-Húngaro não permitia a união da Dalmácia à Croácia. Partes deste território são da atual Bósnia Herzegovina). Tais ideologias contribuíram para o acirramento das rivalidades na região que compunha o então Reino da Iugoslávia. O primeiro adversário do Hajduk Split foi o Calcio Spalato, cuja partida terminou com um placar de 9x0 ao Hajduk. Mas foi apenas no final dos anos 20 que o clube iria viver seu primeiro período de glórias, ao ganhar duas edições da Yugoslav First League (YFL) em 1927 e 1929. Passados alguns anos, com o advento da Segunda Guerra Mundial, a Iugoslávia foi invadida e conquistada pelos Aliados, e a cidade de Split havia sido indexada, temporariamente, à Itália. Os moradores, assim como os jogadores do Hajduk, foram contrários à essa assimilação, e o clube não aceitou competir pela primeira divisão do Calcio (Futebol), na Itália.

Após a capitulação da Itália em 1943, os Partisans (do Exército Popular Iugoslavo) liberaram a cidade de Split e desarmaram a guarnição italiana, mas os alemães reocuparam a cidade, concedendo-na ao governo ao governo fascista do Estado Independente da Croácia (NDH), que havia se instalado na capital Zagreb (Croácia) em 1941.

A atitude do clube não se alterou, quando as autoridades do NDH tentaram incluir o Hajduk Split na Copa do Estado Independente da Croácia. O NDH ganhou ressentimento em Split, por se alinhar e se aliar à Itália. Com os Aliados, que ocupavam o sul da Itália, e controlavam o Mediterrâneo, as ilhas do Adriático se tornaram um refúgio para os militares da resistência.

Em julho de 1944, um ataque aéreo das Tropas SS (Alemanha), com ofensivas de apoio, foi lançado com o objetivo principal de capturar ou matar o líder dos Partisans: O comandante-chefe marechal Josip Broz Tito, que depois mudou o quartel-general da resistência Partisan para a Ilha Vis, no mar Adriático. Observando o desafio da equipe do Hajduk Split frente às potências do Eixo, como resistente em se manter soberana como Croata, Tito convidou pessoalmente os integrantes do clube para se juntar à sede partidária na Ilha Vis, onde o Hajduk Split jogou como time de futebol oficial da resistência iugoslava. Eles competiram com equipes do Serviço Aliado de Futebol de todo o Adriático, e na Itália; onde "Os Brancos" derrotaram os Britânicos em um amistoso. Naquele momento, a liderança do clube adotou a Estrela Vermelha como distintivo oficial do clube, num homenagem à bandeira do Exército Popular Igoslavo (dos Partisans), sobre o manto branco e azul. Durante 1945, o Hajduk embarcou em um torneio especial, atravessando países do oriente árabe, tais quais o Egito, a Palestina, o Líbano, a Síria e Malta.

Graças à sua competência e ao seu "espírito único da Dalmácia", o clube teria impressionado Tito, que frequentava muito os jogos do Hajduk. Após a guerra, ele convidou o clube Hajduk Split para ir até à capital Belgrado, na então Iugoslávia, para se tornar a equipe oficial do Exército Popular da Iugoslávia (JNA). Os jogadores se recusaram, pois queriam continuar atuando em sua cidade natal, Split. O clube, porém, continuou a gozar de uma boa reputação: Eram "Os Favoritos Tito", mesmo após a guerra. A relação de amizade com a Resistência Iugoslava acabou beneficiando o Hajduk Split de vários modos. Entre outras coisas, foi um dos poucos clubes de futebol Iugoslavo que não teve fim precoce, nem desmontes, após a guerra, pelo Governo Comunista. (Como foi o caso de diversos outros clubes, especialmente os mais proeminentes, tais quais o BSK, Gradansk, Iugoslávia, Concordia, HASK, Slavija, etc).

Após a 2ª GM, o Hajduk continuou a jogar o Campeonato Iugoslavo e a Copa Iugoslava. Em 1946, eles ganharam o campeonato croata, e em 1948-1949, o Hajduk Split visitou a Austrália, tornando-se então a primeira equipe da Iugoslávia a ter pisado em todos os continentes. O clube ganhou o Campeonato Iugoslavo de 1950 sem uma única derrota, estabelecendo um recorde que ninguém ainda havia conquistado. Neste mesmo ano, antes da partida decisiva contra o Estrela Vermelha de Belgrado (2x1), a famosa Torcida Split foi fundada. Uma torcida organizada de adeptos do Hajduk Split; algo que era constante desde 1927, já com as primeiras caravanas destes torcedores, e que finalmente havia sido oficializada, como grupo, em 1950. O nome Torcida? É uma homenagem dos Croatas ao Brasil! Foi o nome que escolheram para definir o jeito de torcer, adaptando do nosso português brasileiro a palavra "Torcida". A "Torcida Split" foi o primeiro grupo organizado em toda a Europa, e surgiu muito antes das nossas próprias Torcidas Organizadas! Já em idos de 1951, o estádio "Stari Plac" foi reconstruído. Ao longo dos anos 50, o Hajduk Split mostrou absoluta superioridade em relação às demais equipes, mas as manipulações políticas (que já ocorriam nos torneios) o impediam de ganhar estes campeonatos.

De 1970 a 1980, o Hajduk Split vivenciou seus melhores anos na Iugoslávia. Era a chamada Geração de Ouro, que ganhou 5 copas consecutivas, e 3 Campeonatos da Iugoslávia, no período correspondente de 1972 a 1979. Foi o terceiro clube mais bem sucedido na Iugoslávia superando de longe os demais, incluindo o NK Dinamo. Em 1979, o Hajduk mudou-se para o Estádio Poljud, onde atua até os dias de hoje. Na década de 1980, o clube teve maior sucesso fora de casa, vencendo times como o Valencia CF, Bordeaux FC, FC Metz, VFB Stuttgart, FC Torino, Olympique de Marseille e Manchester United.

Em 08 de maio de 1991, o Hajduk venceu a Copa Iugoslava, derrotando o ex-campeão europeu, Estrela Vermelha de Belgrado, pelo placar de 1x0, gol marcado por Alen Boksic. Foi durante este tempo que a Croácia declarou independência da Iugoslávia, e o Hajduk Split finalmente foi capaz de restaurar o emblema tradicional na camisa, com a bandeira croata, removendo então a consagrada estrela vermelha do peito.

Em 13 de fevereiro de 1911, o Hajduk Split completou 100 anos de existência. Abaixo assista ao vídeo de como foi organizada a festa pelos torcedores e diretoria do clube:


Por estas e outras histórias, fica mais do que provado que futebol não é só "oba oba" como a maioria está acostumada a pensar e a pregar por aí à torta e a direita. Mas que dá saudades dá dos velhos tempos em que futebol não era só comércio e os jogadores honravam a camisa e se união em torno de uma causa.