Para começar essa nova era desse blog com um novo nome e novo propósito, porque não começar falando sobre a influência do futebol na política? Falaremos hoje sobre um clube desconhecido para a maioria, mas que para os amantes do futebol internacional é um velho conhecido. Trata-se do clube HNK Hajduk Split.
O HNK Hajduk Split é um time de futebol da cidade de Split, no centro da Croácia. O HNK Hajduk Split é um dos dois clubes mais populares de toda a Croácia. O Hadjuk Split é conhecido pelos seus fãs como "Bilis" (Os Brancos) e "Majstori's mora" (Mestres do Mar). Foi um dos mais importantes times da antiga República Iugoslávia, tendo ganho 9 títulos da YFL (Yugoslav First League), torneio mais tradicional daquele país, que ocorreu de 1923 a 1992. A antiga República Socialista Federativa da Iugoslávia (1963), derivada do antigo Reino da Iugoslávia, englobava países como: Sérvia, Kosovo, Croácia, Montenegro, Macedônia, Bósnia e Herzegovina, Eslovênia. O processo de desintegração da união ocorreu a partir de 1991, que sofreu interferências na sua política por parte dos países ocidentais, nas questões que envolveram as guerras naquela região.
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Após a capitulação da Itália em 1943, os Partisans (do Exército Popular Iugoslavo) liberaram a cidade de Split e desarmaram a guarnição italiana, mas os alemães reocuparam a cidade, concedendo-na ao governo ao governo fascista do Estado Independente da Croácia (NDH), que havia se instalado na capital Zagreb (Croácia) em 1941.
A atitude do clube não se alterou, quando as autoridades do NDH tentaram incluir o Hajduk Split na Copa do Estado Independente da Croácia. O NDH ganhou ressentimento em Split, por se alinhar e se aliar à Itália. Com os Aliados, que ocupavam o sul da Itália, e controlavam o Mediterrâneo, as ilhas do Adriático se tornaram um refúgio para os militares da resistência.

Graças à sua competência e ao seu "espírito único da Dalmácia", o clube teria impressionado Tito, que frequentava muito os jogos do Hajduk. Após a guerra, ele convidou o clube Hajduk Split para ir até à capital Belgrado, na então Iugoslávia, para se tornar a equipe oficial do Exército Popular da Iugoslávia (JNA). Os jogadores se recusaram, pois queriam continuar atuando em sua cidade natal, Split. O clube, porém, continuou a gozar de uma boa reputação: Eram "Os Favoritos Tito", mesmo após a guerra. A relação de amizade com a Resistência Iugoslava acabou beneficiando o Hajduk Split de vários modos. Entre outras coisas, foi um dos poucos clubes de futebol Iugoslavo que não teve fim precoce, nem desmontes, após a guerra, pelo Governo Comunista. (Como foi o caso de diversos outros clubes, especialmente os mais proeminentes, tais quais o BSK, Gradansk, Iugoslávia, Concordia, HASK, Slavija, etc).

De 1970 a 1980, o Hajduk Split vivenciou seus melhores anos na Iugoslávia. Era a chamada Geração de Ouro, que ganhou 5 copas consecutivas, e 3 Campeonatos da Iugoslávia, no período correspondente de 1972 a 1979. Foi o terceiro clube mais bem sucedido na Iugoslávia superando de longe os demais, incluindo o NK Dinamo. Em 1979, o Hajduk mudou-se para o Estádio Poljud, onde atua até os dias de hoje. Na década de 1980, o clube teve maior sucesso fora de casa, vencendo times como o Valencia CF, Bordeaux FC, FC Metz, VFB Stuttgart, FC Torino, Olympique de Marseille e Manchester United.
Em 08 de maio de 1991, o Hajduk venceu a Copa Iugoslava, derrotando o ex-campeão europeu, Estrela Vermelha de Belgrado, pelo placar de 1x0, gol marcado por Alen Boksic. Foi durante este tempo que a Croácia declarou independência da Iugoslávia, e o Hajduk Split finalmente foi capaz de restaurar o emblema tradicional na camisa, com a bandeira croata, removendo então a consagrada estrela vermelha do peito.
Em 13 de fevereiro de 1911, o Hajduk Split completou 100 anos de existência. Abaixo assista ao vídeo de como foi organizada a festa pelos torcedores e diretoria do clube:
Por estas e outras histórias, fica mais do que provado que futebol não é só "oba oba" como a maioria está acostumada a pensar e a pregar por aí à torta e a direita. Mas que dá saudades dá dos velhos tempos em que futebol não era só comércio e os jogadores honravam a camisa e se união em torno de uma causa.
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