19 de maio de 2012

East Los Angeles, reduto de etnias.

Los Angeles foi fundada em 4 de setembro de 1781, pelo governador espanhol Felipe de Neve como El  Pueblo de Nuestra Señora la Reina de los Angeles del Río de Porciúncula. O governador espanhol da Califórnia enviou soldados que ofereceriam dinheiro, terras, animais e equipamentos para aqueles que se dispusessem a colonizar a região. Entre as pessoas que foram morar na Califórnia, encontravam-se alguns poucos espanhóis, uns indígenas e a maioria de africanos.

Com a independência do México em 1821, o estado da Califórnia, em que Los Angeles faz parte, torna-se posse dos mexicanos. Em seguida aos espanhóis, os americanos em 1841 começaram a morar na cidade. Mesmo assim os espanhóis ainda eram a maioria.

De 1846-1848, o México se envolve em uma guerra contra os Estados Unidos e perde com isso os territórios da Califórnia, o Novo México e o Arizona, pelo Tratado de Guadalupe Hidalgo, mantendo o território da Baixa Califórnia. Em 4 de abril de 1850, Los Angeles ganha o status de cidade, e cinco meses depois, a Califórnia torna-se o 31º estado dos Estados Unidos.

A tão famosa Chinatown dos cinemas estado-unidense, como exemplo a exibida no filme "Chinatown" com Jack Nicholson (me recuso a chamá-los de americanos, pois todos somos e não só eles como eles vêem essa situação; nem norte-americanos pois este termo designa os 3 países da América do Norte), sofre uma revolta popular em 1871, devido a uma briga entre duas gangues chineses onde um branco morre e resulta ao final de tudo na briga entre entre alguns brancos revoltosos com a morte de seu similar e casas e comércios assaltados.

Já em 1920, os políticos de Los Angeles criaram uma lei que restringia a compra de casas para afro-americanos, mexicanos, asiáticos e judeus, somente autorizando a moradia destes em determinados bairros.

Los Angeles se expandiu com a anexação de cidades vizinhas como Hollywood, San Pedro, Van Nuys e Westwood entre as décadas de 1950 e 1990, que hoje são distritos da cidade.

Dentre as várias etnias que existem na cidade, encontram-se: armênios, cambojianos, filipinos, guatemaltecos, israelenses, tailandeses, mexicanos, húngaros e salvadorenhos. Advindos de constantes imigrações.

East Los Angeles, uma região da cidade de L.A., possui ruas largas, poucos prédios, monumentos, pontos turísticos como El Alisal e localidades retratadas em filmes, como El Pino, no filme Blood in Blood Out. O filme Boulevard Nights, ou em músicos à exemplo de Kid Frost.

Abaixo segue algumas imagens de murais grafitados pelas ruas de East Los Angeles, mostrando o orgulho das origens desses povos (etnias) que aí vivem em relação ao local de onde vieram:

La Pared Que Habla, Canta y Grita: Pintura de Paul Botello, com apoio de Adalberto Ortiz, Gerardo Herrera e Gustavo Sanchez. Um protesto ao assassinato de um jornalista mexicano, por um policial durante a passeata National Chicano Moratorium March, contra a Guerra do Vietnã, em 1970.


Jobs Not Jails: Mais empregos, menos cadeias. Mural da Homeboy Industries, que ajuda à comunidade na criação de mais empregos.


Together: Pintura de Christina Miguel, com apoio da East-West Community. Faz homenagem à imigração chinesa aos Estados Unidos, e às dificuldades enfrentadas por aquele povo.


Cultural Identity Indicating Time in Perpetual Movement: Pintura de Eloy Torrez, fazendo homenagem às maiores figuras mexicanas e chicanas, fundamentais no processo de consolidação do México enquanto identidade cultural.


Nesta pintura à parte quero fazer uma observação. Desde o tempo da Revolução Mexicana, Pancho Villa, outro líder revolucionário assim como Zapata, fez muito pela revolução. Mas as autoridades mexicanas fizeram com que ele caísse no esquecimento, então por muitos anos não se encontravam nas ruas monumentos, imagens ou citações falando a respeito de Pancho Villa. Hoje em dia a imagem dele está sendo reconstruída, estão buscando saber mais a fundo quem foi exatamente Pancho Villa, não o que ele fez, mas quem realmente ele era, qual sua personalidade, se estava engajado mesmo na revolução ou se só estava buscando mérito pessoal ou se experiência militar de combate. Fato é que suas ações foram muito mais relevantes para o México do que as de Francisco Madero, que só foi o iniciador da revolução, em que buscou interesses próprios, como na maioria das vezes, vários interesses políticos apresentam interesses econômicos. Incrível me parece o fato de Pancho Villa não ter tido um espaço ao menos pequeno na pintura de Eloy Torrez. Será mesmo que anos depois da revolução, ele não merecia ao menos ser lembrado com uma singela homenagem a sua pessoa por Torrez?

Ghosts of The Barrio: Pintura de Wayne Healy, retratando os "homies" acompanhados de seus ancestrais culturais, tais quais o Azteca, o Conquistador e o Mestizo.


Untitled: Graffiti pintado por Vyal, Retna, Werc e Kofie em 2008.


Um dos clássicos de East Los Angeles, é o mural pintado por Paul J. Botello, em 1991. Retrata o caos urbano da vida, começando nas balas perdidas atingindo meros esqueletos (mortos) na ponta esquerda, indo ao centro (Nossa Senhora de Guadalupe) e à direita, onde está a esperança da população.


Homenagem aos mestres mexicanos, feito em 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.