18 de setembro de 2010

Fundamentalismo x Fundamentalismo Mascarado (Parte I)

É incrível notar como a grande maioria das pessoas que defendem geralmente uma ideologia ou uma opinião conhecem muito superficialmente sobre o assunto. Eu por exemplo, tenho alguns colegas que se dizem ser isso aquilo e aquele outro, mas quando indagados por mim sobre o assunto, às vezes me dizem não saber a resposta, outras vezes inventam algo para não passarem mal na minha frente ou fazer feio quando estamos em uma roda de colegas conversando sobre aquilo. Tudo isso para não se mostrarem ignorantes sobre o tema. E, no entanto, tudo o que faço é incitar o outro com perguntas sobre tal ideologia ou crença para conhecê-la melhor e mostrar a pessoa que se ela for defender sobre o assunto com fervor e fanatismo - e quando digo fanatismo, não me refiro somente ao fanatismo religioso! -, que procurem se adentrar no assunto profundamente. Mas tudo o que fazem depois de lhes evidenciar sua ignorância, é sentirem preguiça de ler e deixar como está. Porém, não faço isso com propósito de me sentir mais inteligente ou superior a pessoa (não sou contra essa última palavra, me cai muito bem ao meu gosto), mas simplesmente porque acredito que muito das vezes a pessoa admite seu erro ou vê algum problema diante de seus olhos que ela nunca tinha percebido até então somente quando ela própria enxerga o ponto fraco de seu conhecimento, a má base do que aprendeu ou achava que sabia a respeito.
 
Raramente uma pessoa enxerga alguma falha ou assume que estava errado quando o outro o cricita, mesmo não sendo uma crítica negativa. O ser humano não gosta de receber críticas. Simplesmente uso do método socrático, a maiêutica. 90% das vezes quando faço esses tipos de perguntas simples e articuladas dentro de um contexto, eu mesmo não tenho conhecimento sobre o assunto. Prefiro saber pouco sobre determinado tema, do que uma profusão de saberes superficialmente. Isto me lembra uma frase de São Tomás de Aquino: "Timeo hominem unius libri", que quer dizer "Temo o homem de um livro só", ou seja, "O homem que só conhece um livro, mas que o possui bem, é um adversário terrível". É claro que ele falou isso se referindo à Bíblia, mas podemos usá-la de modo geral aqui. Porém nem todos são adeptos dessa opinião porque querem ter do que serem lembrados, lhes incomoda o fato de não terem espectadores. Em geral gostam de terem mulheres como testemunha de sua sabedoria, faz parte do galanteio ser um homem versátil em várias artes. Conhecedor de saberes universais, dos mistérios da vida. Afinal vão me negarem o fato de que vocês não gostam de serem o macho dominante no relacionamento, onde a mulher aceita passivamente o que vocês dizem porque vocês são superiores em inteligência? Mas não para por aí, não basta somente as mulheres, os amigos tem que provar do néctar de sua providência, ainda mais quando todos os amigos de seu círculo social não seguem os padrões da sociedade! Ele tem que ser o líder da matilha também, porque não??? Afinal estão disputando território. Quem se dá melhor sobrepuja o outro. Todavia não irei defender as mulheres sob todas as prerrogativas, seria inocência de minha parte crer que as mulheres não têm culpa nisso. Irei falar sem papas na língua e sem pudor. Grande parte da culpa são das próprias mulheres que são descabidas e desmedidamente não pensam (nem todas, não vão me crucificarem ou me queimarem na fogueira por causa disso), influenciadas pelo meio, pela sociedade pós-moderna (observe-se que não sou contra por completo a este respeito, há sempre o que se tirar de proveito de cada coisa), querem ter o marido perfeito, um apartamento amplo e espaçoso, uma televisão de cinema na sala, um carro importado e viverem de fantasia. Repito! A grande maioria das mulheres não têm o hábito de pensarem, é claro que isso não é exclusividade das mulheres, mas o homem comparado a mulher é menos preocupante, como podemos comprovar na história. E não me venham com aquela história de que "o homem por muito tempo prendeu nossa liberdade num cativeiro" porque parte das mulheres daquela época não enxergavam problemas e não achavam absurdo o fato de serem subordinadas aos homens, assim como alguns homens não vêem problemas em cozinharem e fazerem tricô e serem vistos por seus amigos como maricas. Sempre há alguém que não vê problemas aonde nós vemos e acham absolutamente estranho e anormal ver uma pessoa querendo acabar com aquela realidade a qual eles vivem.
 
Por raramente enxergarem uma falha ou assumirem seus erros me utilizo do método socrático. Vejo a maiêutica como uma solução alternativa para fanáticos e pessoas de mente fechada evoluírem no seu pensamento (não a única alternativa, a educação bem guiada sem impor suas idéias sobre os seus pupilos é outra dentre as que existem), seja essa evolução regressa ou progressa, no entanto, não me importa com qual valor querem julgar o que progride do que não progride. Se tudo é relativo, o importante no final das contas é constatarmos uma mudança, é estabelecermos valores com o qual podemos nos guiar. A maiêutica é uma das alternativas que serve para derrotar todo e qualquer tipo de radicalismo, de fundamentalismo (mesmo não havendo solução para todos os tipos de problemas). Desconheço até hoje de um caso que tenha sido resolvido ou convencido alguém através de gritos, de querer dizer que você está certo e o outro está errado (as guerras religiosas acontecem por conta de imposição de idéias), isso pra mim já é um radicalismo...
 
Todo ser humano (para não dizer a palavra "homem") necessita estar em constante processo de quebrar tabus, derrubar barreiras, transgredir paradigmas, deixar de lado velhas teorias ou doutrinas retrógradas, isso é a verdadeira EMULAÇÃO DO PENSAMENTO!
 
Essa postagem terá continuação...

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